Projeto CE-DOHS
Corpus Eletrônico de Documentos Históricos do Sertão


FAPESB, Processo 5566/2010 - Consepe 202/2010

Coordenação:

Zenaide de Oliveira Novais Carneiro
(UEFS/FAPESB/CNPq)

Mariana Fagundes de Oliveira Lacerda
(UEFS/FAPESB)

Feira de Santana - BA, Brasil

Corpus Eletrônico de Documentos Históricos do Sertão [ CE-DOHS ]

Acervo de cartas para vários destinatários (1809-1904)

O acervo traz 208 cartas (1-208, extraídas de Carneiro 2005, 2011), escritas entre 1809 e 1904, sendo 149 cartas escritas entre 1880 e 1899 e 38 cartas, entre 1900 e 1903, por 114 remetentes (111 homens e 3 mulheres), oriundos, em sua maioria, da classe alta e letrada. Essas cartas foram dirigidas para vários destinatários:
14 cartas para Manoel Ignácio da Cunha e Menezes (N. em 13/12/1779 na BA; + 16/1/1850), filho do terceiro conde Lumiares, antigo governador da Bahia, tendo exercido inúmeros cargos públicos;
3 cartas para José de Goes [Siqueira] (N. em 11/8/1814, Rio Fundo, Santo Amaro, BA; + 20/8/1874, BA), que se formou médico em 1840 pela Faculdade da Bahia, tornando-se depois professor da mesma em 1855;
81 cartas para Ângelo Muniz da Silva Ferraz (N. em 8/01/1812; em Valença, BA; + em 18/01/1867, Petrópolis, RJ), que cursou a Faculdade de Direito de Olinda (PE) em 1848, sendo presidente do Conselho de Ministros da Fazenda e do Império em 1859;
8 cartas para Conselheiro Martin Francisco Ribeiro de Andrada (2º) (N. em 10/07/1825 em Bordeaux, França, durante o exílio de seu pai; + em 02/03/1886, São Paulo), que estudou na Faculdade de Direito de São Paulo, tendo exercido diversos cargos públicos, dentre esses, o de Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Justiça;
7 cartas para Marechal Barão de Cajaíba [Alexandre Gomes Ferrão Argollo] (N. em 1800 no engenho Mataripe de propriedade de seu pai, BA; + em 10/5/1870, BA), que descendia de importantes famílias do Recôncavo baiano;
3 cartas para Maria Augusta Argollo Saldanha da Gama (N. em 1845 na BA; + 8.9.1905), filha de Alexandre Gomes de Argolo Ferrão (Barão da Cajaíba);
20 cartas para Coronel Exupério Pinheiro Canguçu, Coronel Comandante Superior da Guarda Nacional (N. 1820 no Brejo Seco, BA; + 1900, na BA, aos 80 anos), um dos mais importantes líderes rurais, da época, na Bahia;
5 cartas para João José de Almeida Couto (N. em 24/12/1812, Maragogipe, BA; + em 24/3/1900, em Salvador, BA), tendo assumido diversos cargos públicos na Bahia, inclusive a presidência e a vice-presidência da província (1870-1872);
16 cartas para Fructuoso [Moreira] Maia; sabe-se que era administrador de um dos engenhos do Barão de Cotegipe (João Mauricio Wanderley, um político de grande projeção nacional e dono de vários engenhos na Bahia);
2 cartas para Dr. Egas Carlos Muniz Sodré de Aragão (N. em 01/02/1842 na BA; + em 29/11/1893), que descendia de uma conhecida família baiana e professor da Faculdade de Medicina da Bahia;
2 cartas para Dr. Jerônimo Sodré [Pereira] [N. em 6/04/1840; + em 8/11/1909], filho de Cora Coutinho Sodré Pereira e do Tenente-Coronel Francisco Sodré Pereira (depois Barão e Baronesa de Alagoinhas), Diretor da Faculdade de Medicina da Bahia e Presidente de Sergipe;
6 cartas para Dr. Frederico Lisboa, baiano e político;
8 cartas para Dr. Gonçalo Moniz Sodré de Aragão (N. em 28/01/1870, BA; + em 01/06/1939), que descendia dos Muniz Barreto da Bahia, professor Geral da Faculdade de Medicina;
33 cartas para destinatários diversos, tais como Dr. Horácio, Princesa Isabel, Antonio Calmon, Dr. Odorrico, Padre Nestor, Frei Camilo, Antono José, Barão de Araújo Góis e outros identificados como amigo e compadre, entre outros.
Dentre as 208 cartas, 197 estão depositadas no Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHBA), 9 no Arquivo Público do Estado da Bahia (APEBA) e 2 cartas no Centro de Estudos Feirenses da Universidade Estadual de Feira de Santana (CENEF). Dentre essas, 124 foram escritas no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, possivelmente da capital (52 cartas e mais 2 de Petrópolis), seguidas das cartas escritas na Bahia, 51, sendo 22 cartas originárias, provavelmente, da capital da província, Salvador. As demais cartas da Bahia provêm, em sua maioria, do interior. São basicamente as cartas enviadas por parentes, amigos e correligionários ao coronel Exupério Canguçu, provenientes da região da Chapada Diamantina e da Serra Geral, área de atuação desse coronel, assim distribuídas, além de 1 carta do recôncavo, 1 carta proveniente de uma localidade mineira onde possuía terras e 1 carta da Bahia (Salvador), do seu sobrinho Marcolino de Moura e Albuquerque. As demais cartas, 39 no total, embora não tenham seus locais de origem especificados, parecem ter sido escritas no Brasil. As cartas do exterior são ao todo 45, quase todas provenientes de remetentes brasileiros em trânsito, ou em exercício de missões no exterior, ou então lá residindo temporariamente. São 22 cartas da Europa e mais 23 cartas de localidades envolvidas na Guerra do Paraguai. Os remetentes são 114, assim distribuídos: 38 baianos, 9 cariocas, 8 pernambucanos, 7 mineiros, 6 gaúchos, 5 paulistas, 2 paraenses, 2 maranhenses, 2 capixabas, 1 piauense, 1 alagoano, 2 brasileiros sem identificação de naturalidade e 16 brasileiros (por inferência). Os estrangeiros são: Conde d’Eu, francês (carta nº. 160); Dário Rafael Callado, uruguaio (carta nº. 35); Joaquim Pereira Marinho, português (cartas nº. 191, nº. 192, nº.193 e nº.194); Silva Lima, português (cartas nº. 175) e Visconde do Abaeté, português (cartas nº. 97 e nº. 98). Além de 1 remetente filho de brasileiro, nascido na França durante o exílio do pai, mas educado no Brasil, o Sr. Martim Francisco de Andrade 2º. E, por fim, 7 remetentes não identificados. Do ponto de vista linguístico, essa amostra permite a formação de corpora com textos escritos por brasileiros cultos nascidos entre 1724-1880.

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Projeto Vozes do Sertão em Dados: história, povos e formação do português brasileiro (CNPq. Processo 401433/2009-9 - Consepe 102/2009) (acessar)