Projeto CE-DOHS
Corpus Eletrônico de Documentos Históricos do Sertão


FAPESB, Processo 5566/2010 - Consepe 202/2010

Coordenação:

Zenaide de Oliveira Novais Carneiro
(UEFS/FAPESB/CNPq)

Mariana Fagundes de Oliveira Lacerda
(UEFS/FAPESB)

Feira de Santana - BA, Brasil

Corpus Eletrônico de Documentos Históricos do Sertão [ CE-DOHS ]

Cartas para Cícero Dantas Martins, Barão de Jeremoabo (1880-1903)

Traz 190 cartas (311-500) escritas por 43 remetentes (42 homens e 1 mulher), extraídas de Carneiro (2005). Tratam-se de sertanejos baianos que escreveram ao “coronel-barão” de Jeremoabo, Cícero Dantas Martins (N. em 28/6/1838 na Fazenda Caritá, município de Jeremoabo, BA; + em 27/10/1903 em Bom Conselho (hoje Cícero Dantas), BA). Foi casado com Mariana da Costa Pinto [Dantas] em 04/11/1865 (filha do Visconde Sergimirim). Foi deputado por diversos períodos, a saber: Suplente de deputado provincial na Bahia pelo 10º Círculo para a legislatura (1860-1861), Deputado pelo Império na 14ª legislatura (1860-1872) e pela Assembléia Provincial na 8ª legislatura (1870-1871), Deputado Geral, 4º distrito na 15ª e 16ª legislatura (1873-1878) e da 9º até a 20º (1886-1889). Participou, também, do ato da instalação da Câmara Municipal na Vila de Bom Conselho (28/03/1876). Os outros cargos mais importantes foram o de Secretário do Senado (1893), de Presidente do Senado (10/04/1893) e, também, Intendente do Município de Itapicuru (1893 - 1896). Fundou, ainda, a 1ª usina de açúcar do norte-nordeste e 5ª do país, a “Fábrica Central do Bom Jardim”, razão pela qual recebeu o título de Barão.
As 190 cartas endereçadas ao Barão de Jeremoabo encontram-se sob a guarda do Centro de documentação da Fundação Clemente Mariani (fundo ABJ), em sistema de doação por comodato. As cartas são do interior da Bahia, basicamente da atual região Nordeste. As cartas provenientes da “Bahia”, como era chamada a capital da província, foram escritas por dois remetentes, a saber: 35 cartas do seu primo Benício Penalva, comerciante de peles de Itapicuru, provavelmente nascido nessa região, já residindo em Salvador, para acompanhar os estudos de seus filhos, como relata diversas vezes em sua correspondência, período em que assumiu as funções de oficial de registro. As outras 2 cartas da “Bahia”, datadas entre 26 e 29 de novembro de 1891, foram escritas pelo afilhado do barão de Jeremoabo, Amaro Tavares de Macedo, tabelião interino de Jeremoabo, quando lá esteve em viagem.
Tratam-se de 43 remetentes baianos e, portanto, brasileiros nascidos/ou radicados nas seguintes localidades: 1 (Abobreira), 2 (Bom Conselho, atual Cícero Dantas), 2 (Bonfim), 1 (Conde), 1 (Patrocínio do Coité, atual Paripiranga), 1 (Cumbe, atual Euclides da Cunha), 1 (Fazenda Cortiço, atual Euclides da Cunha), 1 (Fazenda Ilha, atual Euclides da Cunha), 10 (Itapicuru), 9 (Jeremoabo), 1 (Monte Alegre), 1 (Monte Santo), 3 (Ribeira do Pombal), 1 (Santa Rita do Rio Preto), 1 (Serrinha), 5 (Tucano) e 2 outros baianos, por inferência. A comparação dos remetentes com outros autores, tanto brasileiros quanto portugueses, nascidos no mesmo período, poderá também trazer resultados importantes para o esclarecimento sobre a gramática do português brasileiro. Também, a partir da data de nascimento e do cruzamento com a data de escrita da carta, foi possível identificar a idade de parte dos remetentes, nascidos entre fins do século XVIII e o terceiro quartel do século XIX, com nacionalidade brasileira identificada ou inferida. A idade média quando da escrita da carta variou entre 13 e 65 anos.
Essas cartas oferecem uma amostragem de textos escritos por brasileiros semicultos e populares, nascidos/radicados no interior, especificamente da Bahia, entre 1724-1880, com textos escritos por brasileiros cultos nascidos e/ou educados em regiões urbanas.

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Projeto Vozes do Sertão em Dados: história, povos e formação do português brasileiro (CNPq. Processo 401433/2009-9 - Consepe 102/2009) (acessar)