Trata-se de 25 documentos, sendo 22 cartas, 1 texto de memória, 1 requerimento e 1 carta de tocar, escritos entre 1694 e 1723, na Bahia, em Pernambuco e no Bispado do Pará, por 5 redatores, sendo 4 do sexo masculino e 1 do sexo feminino. Entre os redatores do sexo masculino, estão Lourenço de Brito Correa e Lourenço de Brito de Figueiredo, pai e filho, respectivamente, os quais ocuparam cargo de Provedor-Mor da Fazenda. As cartas por eles escritas e enviadas ao rei tinham, por objetivo, prestar contas das arrecadações, dos contratos e da administração da Colônia. Os outros dois redatores são o sertanista paulista Domingos Jorge Velho – cuja carta, datada de 15 de julho de 1694, narra o seu envolvimento, a convite do governador João de Cunha de Souto Maior, na Guerra dos Palmares, para destruí-los (o mameluco relata os sacrifícios pelos quais passava, em decorrência da guerra) – e Adrião Pereira de Farias, que escreveu seu requerimento, supostamente, no Engenho de Tapariuaussú, no Bispado do Pará, quando foi denunciado, em 1754, e recebeu todas as penas (corporais, pecuniárias e espirituais). A única redatora do sexo feminino se trata da mameluca Isabel Maria Guedes de Brito, em cujo requerimento solicita ao rei que lhe fossem restituídos os sítios de terras que lhe foram retirados sob alegação de estarem desocupados e sem superintendente, quando, na verdade, seu pai, o mestre de campo Antônio Guedes de Brito, era dono do latifúndio. A documentação está localizada em Portugal, no Arquivo Histórico Ultramarino (AHU), e foi digitalizada pelo Projeto Resgate Barão do Rio Branco.